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Fez 50 anos. Ainda tem muitos sonhos por realizar?
Nuno Homem de Sá fez o casting para a novela Vila Faia sem saber o que era e descobriu a sua vocação. Editar um disco é um objectivo.
Nuno Homem de Sá - Tenho alguns. O primeiro é ver os meus filhos crescidos, independentes e com uma boa vida. O segundo é que a minha presença neste Mundo tenha contribuído para alguma coisa de bom, neste caso na área de artes. E o terceiro é editar um disco.
- Ser actor foi um acaso?
- Na altura, achei que tinha sido um acaso, um golpe de sorte. Mas hoje sei que não foi um acaso, que as coisas fazem sentido.
- E por que fazem sentido hoje?
-Porque acredito que há uma consciência superior. Eu já estava na área muito antes de entrar no audiovisual. Sempre tive um fascínio pelo cinema e pela música, eram duas grandes paixões. O meu pai tinha uma máquina ‘Super 8' e eu costumava pedir-lhe emprestada para ir fazer uns filmes com os meus amigos.
- E como surgiu a novela ‘Vila Faia'?
- Foi um acaso. Acompanhei uma amiga aos escritórios da Edipim e, enquanto esperava por ela, apareceu o António Moniz Pereira que me perguntou: "Está aqui para o casting?". Eu nem sabia o que era um casting, mas a minha consciência superior disse-me: ‘diz que sim'. Eu disse e, passado algum tempo, ligaram-me para ir falar com o produtor Thilo Krassman.
- Depois disso, viveu dez anos nos Estados Unidos. Veio diferente?
- Completamente. Foi a experiência da minha vida! Livrei-me de preconceitos, formei-me em cinema, estudei Psicologia, Antropologia, Sociologia, enfim, investi em mim.
- Queria ser realizador?
- Sim, mas como precisava de comer e dar de comer aos meus filhos, voltei rapidamente a trabalhar como actor. Mas a realização é um objectivo.
- Formou a banda, ‘Nuno e os Homens de Sá'...
- Tenho imensas saudades deles, perdi o contacto. A música ainda é uma paixão. Tenho material que dá para uns 40 discos. Um dia hei-de editar um.
- Participou em vários reality shows. Porquê?
- Quando estava a dar o primeiro ‘Big Brother', sonhei que estava dentro da casa a interagir com o Zé Maria e outros. Dez anos depois convidaram-me e eu aceitei e participei noutros, é viciante. É muito interessante viver experiências-limite, observar as pessoas a partir de dentro.
- Não o incomoda ficar exposto?
- Nada, eu vivo essa exposição diariamente
- Não o vêem no banho...
- Vêem-me na praia e na praia de nudismo.
- Faz nudismo?
- Sim, fui habituado de pequeno com o meu pai e a minha madrasta. É uma sensação de liberdade.
"DESDE MIÚDO QUE GOSTO DE ASTROLOGIA"
- Acredita em signos?
- Desde miúdo que gosto de astrologia. Lembro-me de faltar às aulas para ir a uma livraria ler tudo o que era astrologia, misticismos e... sexo também. Era uma coisa que me interessava.
- Os signos influenciam a personalidade?
- Tudo é energia na vida. Ela está ligada a todos os corpos que existem no Universo. O Sol tem os planetas à sua volta pela força da gravidade e eu acho que esses corpos em movimento influenciam a personalidade.
- Tem alguma religião?
- Sou agnóstico. Hoje posso dizer a palavra Deus sem me sentir culpado. Antigamente, associava Deus a uma figura castigadora. Deus castiga...
- O envelhecimento faz-lhe confusão?
- Já fez menos. O perder certas capacidades gradualmente, assusta-me um pouco.
"ESQUEÇO-ME DE SER ROMÂNTICO"
CM - Casou em segredo com Carina...
Nuno Homem de Sá - Eu e a minha mulher planeámos o casamento com alguma antecedência, mas não quisemos que fosse mediático
- E depois foram viver para casas diferentes...
- Sim, durante três meses. Tínhamos de planear se ficávamos na minha casa ou na dela.
- Não planearam antes?
- Não, porque o ‘queres casar comigo?' saiu-me um dia e era o que eu queria. Foi a primeira vez que pedi
alguém em casamento.
- É romântico?
- Já fui mais. Às vezes esqueço-me... A minha mulher tem uma personalidade muito forte e faz tudo sem pedir ajuda, nunca está parada. Acho que o ser menos romântico hoje tem a ver com essa postura dela.
- Tem três filhos (de 22 anos, 9 anos e 21 meses). Foi mudando enquanto pai?
- O princípio-base é sempre o mesmo. Sempre tive um plano de educação para os meus filhos e, graças a isso, não mudei como pai. Digamos que agora tenho um pouco menos paciência para ‘bebezices' (risos). "
Fonte: Correio da Manha